Índice

domingo, 13 de outubro de 2013

Escrevo-te, aqui, para dizer (soneto de: VALENTIM, Maciel)

Escrevo-te, aqui, para dizer
que te amo e, também, a ti, eu quero.
Não te considero uma vosmicê,
trato-te como meu amor sincero.

E, se, a hora, escrevo-te esta lira,
é porque, outrora, tua paixão,
em meu interior, 'inda respira.
Lembranças na mão não se perderão.

Lembro-me, vil, de teu olhar tão liso.
Mas, tento fazer-te um tanto de avisos:
Não cubra, com coisa cara, teu rosto.

Pois, amada, és, tu, de quem preciso.
Entretanto, as mechas de seus sorrisos
não tapam as caspas do seu desgosto.


---
Espero que tenham gostado das entrelinhas de Maciel Valentim deste fim de semana! :)
Saudações, e até a próxima Entrelinha!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Utterances, nuances and no entrances (rehearsal by: VALENTIM, Maciel)

I'm feeling pretty bad. This, because I eyewitnessed you make me feel like this. I mean, a few days ago, I could easily do being me, you and a bit of love. Now, I'm forced to live with me, tears and a cup of milk. Not that I don't respect you, but that I can't avoid feeling this way. It's natural. I mean, you want me to stop doing what I liked to do the most. I can't do with that. Not now. You may think I'm overreacting and that someday, sometime I'll forget you and our moments. You're wrong. Not because you lied. You're wrong because you're relying on probabilities and that's not healthy. Life was made to be lived, not to be predicted. Love was made to be loved, not to be rejected.

Acorda (poema de: VALENTIM, Maciel)

Quem se importa
se a porta
se fechou?

Quem te diz
se o que fiz
te magoou?

Quem te conta
me afronta,
mas não liga.

Amada, acorda.
Deixe-me dar corda
no seu amor.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Acertaste (sermão de: VALENTIM, Maciel)

Tua emulação fora perpétua suficiente para tentar destruir o âmago de minha idoneidade. Tua intenção era velar minh’alma com teus olhos? Notória fora a falha, pois velei teus olhos sobre minh’alma. Fi-lo não porque almejasse teu mal acanho, mas sim porque precisavas abandonar teu olhar hermético. Aprenda, tu, a olhar a alma e velar o corpo; para, tu, de olhar meu corpo e atacar minha essência. Pisaste no meu sentimento como quem produz pileque, mas isso, de nada, afetou minha vida. Vivê-la-ei em total plenitude mesmo que, a minhas expressões, tu mascares. Fá-lo-ei não para provar-te;  para ensinar-te. Ensinar-te que pequenos e mortíferos ofídeos não atingem fortes estruturas de cobre. Não porque, seja, eu, frio, acatólico e imiscível, mas porque saiba camuflar-me e a meus sentimentos, para que a cólera de tua audácia não corrompa as ventas de minha esperança.
Assenta-te. Toma um cálice e um cigarro. Não considera este sermão sem tangenciar teus terríveis prazeres. Fecha tuas entranhas e abre tua mente, é hora de entender como cheguei a tua frente. E devo dizer-te – também – que, embora esteja deliciando cada elocução desta arenga, não farei teu tempo um escravo meu. Eu preciso de tu concentrado, e longos períodos de exposição a tanta sapiência pode fazê-lo disperso.
Pois bem. Recorda-te de quando ergueste teu queixo para, exageradamente, gozar de minha queda? Foi ali tua distração. Pois nem malévolo sabes ser. Bom malfeitor está sempre de olho em teu inimigo, para que nada fuja dos planos. Eu fugi. Fugi de cada uma de tuas tenções, esgueirando-me por teu orgulho, fazendo cócegas em sua imbecilidade. Foi ali que desvendei teus males, em pequenos feitos de pimpolhos. Não passavas, tu, de um pobre aprendiz de um mero inconvicto. Antes de envenenar meu cálice, convença-te de minha total dissipância. Não deixa que eu te fite, ou que te leia; que te toque, ou que te marque; que te saiba e que te supere.
Teu maior erro não foi ter mal-aplicado. Teu erro foi não saber cometer erros. A malevolência é feita de erros. Quem é mal não pode acertar, não há como acertar! O mal é o erro, o escarro. E antes que escarre tua peçonha em minha fonte, note que a mais fina gota de teu tóxico guarda a semente de minha vitória e o atestado de minha prédica.

Boa madrugada, pessoal!!
Saudações aliviadas e até a próxima Entrelinha!

sábado, 5 de outubro de 2013

Sermão de Santo Antônio aos Peixes (PADRE ANTÔNIO VIEIRA - ad. primeira estrofe)

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!

Caros apreciadores da literatura, eu nunca tinha lido este sermão e - ao lê-lo hoje - gostei muito e decidi compartilhar.
Saudações e até a próxima Entrelinha!

"Versos Íntimos" (ANJOS, Augusto dos)

Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem que, nesta terra miserável,
mora, entre feras, sente inevitável
necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
a mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
apedreja essa mão vil que te afaga,
escarra nessa boca que te beija!


Que tal um pouco das Entrelinhas de Augusto dos Anjos para metrificar a noite de sábado?
Saudações e até a próxima Entrelinha!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

WHOOOOOOOA!!! (isso foi um bocejo)

Saudações, queridos leitores!

Eu sei que devo desculpas por ter sumido por tanto tempo... mas eu acho que mereço o perdão. Vim aqui para dizer-lhes que estou de volta com o Entrelinhas e para convidá-los a visitar meu outro blogue. Ele chama "Desapocalíptico" e é nele em que eu postarei a minha primeira coletânea de poesias. Você pode acessá-lo, clicando num atalho na parte superior do blogue.
Mais uma vez, me perdoem pelo desaparecimento. Prometo ser mais dedicado.

Boa leitura e até a próxima entrelinha!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...