Tua
emulação fora perpétua suficiente para tentar destruir o âmago de minha
idoneidade. Tua intenção era velar minh’alma com teus olhos? Notória fora a
falha, pois velei teus olhos sobre minh’alma. Fi-lo não porque almejasse teu
mal acanho, mas sim porque precisavas abandonar teu olhar hermético. Aprenda,
tu, a olhar a alma e velar o corpo; para, tu, de olhar meu corpo e atacar minha
essência. Pisaste no meu sentimento como quem produz pileque, mas isso, de
nada, afetou minha vida. Vivê-la-ei em total plenitude mesmo que, a minhas
expressões, tu mascares. Fá-lo-ei não para provar-te; para ensinar-te. Ensinar-te que pequenos e
mortíferos ofídeos não atingem fortes estruturas de cobre. Não porque, seja,
eu, frio, acatólico e imiscível, mas porque saiba camuflar-me e a meus
sentimentos, para que a cólera de tua audácia não corrompa as ventas de minha
esperança.
Assenta-te.
Toma um cálice e um cigarro. Não considera este sermão sem tangenciar teus
terríveis prazeres. Fecha tuas entranhas e abre tua mente, é hora de entender
como cheguei a tua frente. E devo dizer-te – também – que, embora esteja deliciando
cada elocução desta arenga, não farei teu tempo um escravo meu. Eu preciso de
tu concentrado, e longos períodos de exposição a tanta sapiência pode fazê-lo
disperso.
Pois
bem. Recorda-te de quando ergueste teu queixo para, exageradamente, gozar de
minha queda? Foi ali tua distração. Pois nem malévolo sabes ser. Bom malfeitor
está sempre de olho em teu inimigo, para que nada fuja dos planos. Eu fugi.
Fugi de cada uma de tuas tenções, esgueirando-me por teu orgulho, fazendo
cócegas em sua imbecilidade. Foi ali que desvendei teus males, em pequenos
feitos de pimpolhos. Não passavas, tu, de um pobre aprendiz de um mero
inconvicto. Antes de envenenar meu cálice, convença-te de minha total dissipância.
Não deixa que eu te fite, ou que te leia; que te toque, ou que te marque; que
te saiba e que te supere.
Teu maior erro não
foi ter mal-aplicado. Teu erro foi não saber cometer erros. A malevolência é
feita de erros. Quem é mal não pode acertar, não há como acertar! O mal é o
erro, o escarro. E antes que escarre tua peçonha em minha fonte, note que a
mais fina gota de teu tóxico guarda a semente de minha vitória e o atestado de
minha prédica.Boa madrugada, pessoal!!
Saudações aliviadas e até a próxima Entrelinha!
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